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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

sessão de preto velho - 2016

Na segunda, dia 1 de agosto, nossa terreira realizou uma sessão aos Pretos Velhos! Muita energia, carinho e simplicidade foram as marcas desta sessão de muita luz! 


























Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste preto-velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei porque contei-as… Foram sete.
Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei. Fala, meu preto-velho, diz ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu: Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.
A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber…
A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que seus próprios merecimentos negam.
A terceira, distribui aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA, em busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.
A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.
A quinta, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: Creio na UMBANDA, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.
A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima, filho notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessa aos Médiuns vaidosos, que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas.
Esquecem que existem tantos irmãos precisando de amparo material e espiritual.
Assim, filho meu, foi para esses todos, que viste cair, uma a uma AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO-VELHO.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Crianças com Pesadelos na Umbanda!


As crianças são mais sensitivas que adultos, quando o assunto é pesadelo. O corpo, durante o sono, se solta e viaja pelo plano espiritual ou pode ser visitado por espíritos ruins ou de baixo astral. Algumas têm pesadelos em função de uma má alimentação e outras em função de sua mediunidade, que está aflorando.
Portanto, é importante ter certeza da razão destes sonhos ruins. A primeira medida a ser tomada é um controle racional da alimentação.  Não comer muito tarde e ter uma alimentação mais “leve” é algo relevante a se fazer. Certamente, se a causa for a alimentação, em uma semana após a mudança alimentar, os pesadelos irão cessar ou diminuir radicalmente.

Se modificando os hábitos alimentares e os pesadelos persistirem devemos tomar uma segunda atitude.  O responsável vai investigar se as causas são espirituais. Jogar cartas ciganas, por exemplo, já irá identificar se um espírito negativo é a causa.
Quando a criança recebe um espírito (de um parente falecido ou de uma alma perdida) ocorrem os pesadelos.


Ao ter certeza que a criança tem esta sensibilidade, o responsável deve ir para o terceiro passo, que é a de blindar a criança contra estes espíritos ruins. Orar ao dormir com um copo com água (que ficará na cabeceira da cama) é algo que deve ser feito sempre. Na manhã seguinte a água deve ser despejada no verde ou no vaso sanitário  (puxe a descarga para que tudo vá embora) já ajudará muito. A oração é uma das medidas mais simples e importantes!


Além disso, colocar duas espadas de São Jorge, cruzadas, embaixo do colchão também ajudarão neste momento. Sempre que isso for feito, faça uma oração a São Jorge (Ogum no sincretismo).
Se os pesadelos continuarem o responsável deve procurar uma terreira para ver outras medidas. Cada terreira tem seu fundamento, mas quando isso ocorre realizamos um ritual com pretos velho para fechar os chakras, evitando a “chegada” destes espíritos. Pode-se fazer também uma segurança de criança, com quartinha, que firma a mesma até uma determinada idade (dita pela entidade que realiza o ritual.


Claro que existem outras medidas espirituais para resolver esta situação, mas escrevo aqui as mais básicas. Der qualquer forma, é importante ter ajuda espiritual, sem pressa e afobação, para não trazer mais problemas a criança. Tudo deve ser feito com seriedade, calma e certeza dos passos a seguir. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Como aprender o fundamento da Religião?


Quando eu entrei na religião, por motivos de saúde, tinha na época 30 anos. Não sabia absolutamente nada, mas os desafios e necessidades eram enormes.

Minha mãe teve um enfarto, minha avó perdendo as pernas e a minha vida pessoal e profissional estava indo de mal a pior.

Eu tinha de aprender rápido e me envolver pela necessidade de superar dificuldades. Mas a nossa religião não tem livros, tudo é feito em conversas e não existe grandes informações na internet. Tudo se aprende, se ENVOLVENDO!

Minha mãe de santo passava tudo que sabia para os filhos que chegavam mais cedo, que participavam de atividades na casa antes das sessões. Muitas tardes ia na terreira para conversar e aprender. Ela não gostava que anotássemos nada, pois acreditava que deveríamos aprender e guardar tudo na memória.
Ela tinha cadernos com páginas amareladas onde realizava algumas anotações sobre os fundamentos da religião. Mas foi assim que aprendi rápido muitas coisas na religião, vindo mais cedo e me envolvendo em qualquer que fosse a tarefa que a Mãe precisava.
Quando organizei a terreira propus algumas ações que podem ajudar nesta evolução que poucos sacerdotes propiciam aos seus filhos. Temos uma biblioteca com um bom acervo de livros e alguns polígrafos com o nosso fundamento.

Todos os filhos podem se envolver em atividades na sexta, sábado (o dia inteiro) e segundas, onde geralmente nas boas conversas, muitas informações são passadas. Temos um blog (que os antigos nem querem saber!) e um facebook, onde todos (até assistidos) podem enviar suas dúvidas.
A maioria dos textos escritos tem origem em várias perguntas, geralmente feitas por assistidos. Mas, apesar de todos estes recursos, a principal maneira de se aprender é se ENVOLVENDO. Vir mais cedo, participar de eventos, PALESTRAS (que poucas terreiras disponibilizam). É assim que vão evoluir e aprender.

Muito da religião eu passei para alguns filhos arrumando nossa terreira. Lembro do irmão Juliano, que hoje é cacique, pintando a casinha das crianças comigo. Muitas perguntas surgiam e foi assim que aprendeu. A Elsa sempre vinha mais cedo para tomarmos um café e durante aquela meia hora sempre algum assunto da religião era discutido.

Outra dica para ajudar nesta evolução é se “encostar” e irmãos mais antigos. A irmã Elsa sempre está disposta a ensinar e ajudar, mas cabe ao médium QUERER aprender.


Um dos exemplos mais marcantes é a irmã Vera, que nunca teve contato com a religião, pois sempre foi Espirita, mas quando recebeu meu convite de organizarmos um trabalho em conjunto, aprendeu muito participando, se envolvendo, vindo mais cedo, lendo textos, perguntando, se ENVOLVENDO. 

Qual lado nossa casa trabalha?

A Religião é muito ampla e complexa! Tem casas que só tem Umbanda, outras que só praticam a Quimbanda, outras só ciganos, algumas só Nação e outras, tem vários lados, como a nossa. Não há regras e nem um fundamento comum! Tudo depende das pessoas que as organizam e a necessidade das mesmas!
Quando entrei na religião tinha o objetivo de praticar somente a Umbanda, mas a necessidade (saúde) me fez buscar a Nação!
Foi lá que consegui recuperar minha saúde. De qualquer forma foi uma necessidade. Foi assim que aprendi o significado de entrar pelo amor ou pela dor.
Mas hoje vejo que nada foi por acaso! Fazer religião na Nação é caro e atender alguém nesta linha envolve muitos gastos, que nem sempre todos tem! E a Umbanda é caridade, e estas pessoas podem encontrar a solução de seus problemas nesta linha, que alguns chamam de linha branca.
Com o tempo explorei muitos lados e cada um deles possui a sua relevância e sua linha de ação! Algumas mudamos, em função do fundamento da casa, como por exemplo, que exus não atendem crianças. Na nossa casa todas as grávidas em situação de risco passam pelo Tiriri.
Isso mostra que a energia depende de quem atua e de quem orienta a terreira. São as pessoas que criam os mitos.


Hoje, nossa casa não se prende em lados, mas sim na missão. Ou seja, para ajudar alguém fazemos tudo que é possível e necessário. Foi assim que criamos o nosso grupo da saúde, onde pessoas espíritas podem trabalhar junto com entidades da Umbanda e da Quimbanda e até mesmo com orixás. Na época, a irmã Vera (que é espirita) aceitou este desafio e atualmente trabalhamos em conjunto, ajudando inúmeras pessoas. Foi assim que criamos o grupo da saúde, unindo forças!

O que aprendi com isso? Que uma casa de religião pode estar aberta e pronta para ter todos os lados, a fim de ajudar a todos, sem distinção de linha de atuação. Isso porque a missão é o mais importante.
Obvio que respeitamos quem pensa diferente, afinal são somente escolhas.
Ter todos os lados da religião dá muito trabalho. Fazemos uma sessão de cada linha por mês (no mínimo) e isso gera uma organização fora do comum, mas quando atendemos alguém, a facilidade é bem maior.
Sendo assim,quando perguntarem: a terreira trabalha em que lado?
A resposta será: Na medida do possível, em todos os lados que forem necessários para ajudar o assistido e os médiuns ou cavalos que nos procuram.