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domingo, 4 de novembro de 2018

a Religião mudou minha Vida

Revolução vem do latim REVOLUTIO que é o ato de dar voltas ou voltar ao mesmo lugar, o que parece meio confuso em um primeiro momento porque na prática usamos a palavra revolução quando queremos sair de uma situação ou contexto mas o significado da palavra revolução é uma grande transformação, mudança sensível de qualquer natureza, seja de modo progressivo, contínuo ou seja de maneira repentina. Pode parecer confuso que ao mesmo tempo que a revolução seja um embate ela seja também uma volta ao mesmo lugar, mas talvez essa definição prove que revolucionário é ter coragem de admitir que erramos e nos redimirmos e que revolucionário seja não só o dom do perdão mas o dom da autorreflexão e da auto crítica. Sabermos olhar pra dentro.




A umbanda foi uma revolução. Fazemos parte de uma sociedade ocidental que tem como pilar básico a moral religiosa cristã e a Umbanda nasceu em tempos onde determinadas entidades eram vistas como involuídas pelo espiritismo e por causa disso fundou-se a umbanda. Primeira religião 100% brasileira e fundada no Brasil e mesmo assim ainda tão renegada por brasileiros que se recusam a enxergá-la como o que ela é: parte inegável da nossa cultura e história, cheia de elementos que, ao contrário do que pensam, não são só africanos mas BRASILEIROS e TAMBÉM africanos, já que a África hoje faz parte da história do Brasil (mesmo que de um jeito que não dê orgulho de contar).
Como muitos, eu também tinha meus estigmas e pré-conceitos sobre a umbanda, lembro que as primeiras vezes que fui até a casa pra tomar um passe, me senti estranha (eu achava naquela época que era porque era uma religião "do mal ou que fazia o mal" como somos ensinados a ver e pensar), hoje sei que o que senti naquela época era medo de uma mediunidade latente que morava em mim. Eu era revoltada. Egoísta. Amargurada. Eu era uma porção de coisas não muito boas. Comecei a frequentar aos poucos. No começo, ia só quando precisava, o que é uma característica forte de quem procura qualquer alento religioso. Comecei a ir por gosto. Gostava do barulho dos tambores, gostava da sensação de estar numa mistura do que é o Brasil dentro de um lugar que procura o mesmo que eu: melhorar, como espaço físico e como espaço espiritual para alcançar cada vez mais corações. A religião é o hospital da alma e foi isso que a casa fez por mim. Curou uma parte de mim que nenhum remédio pra depressão ou ansiolítico proporcionaria: uma leveza interior e a possibilidade de ajudar os outros com o dom que eu tive a sorte e o privilégio de receber: a minha voz e palavras.


Antes, eu tinha vergonha de dizer que fazia parte da umbanda e que via nela o meu chão e minha fé de verdade. Hoje tenho orgulho não só de falar que faço parte de uma casa ou que acredito em uma verdade e espiritualidade tão brasileira e rica onde importa: no conteúdo. Meu maior orgulho é de sempre ter argumentos para rebater quando escuto alguém falar mal da religião ou subjulgar a espiritualidade. No fim, não importa o nome que a gente dê: destino, Karma, Deus, Entidades, Energias, Forças do Universo, são todos nomes diferentes pra mesma coisa: fé e esperança em algo que te faz melhor e que explica porque algumas coisas acontecem na sua vida. Nem tudo tem explicação mas TUDO tem um motivo e eu tenho certeza de que não fui eu quem escolhi essa casa, foi ela quem me escolheu pra curar a única parte de mim que remédio nenhum e médico nenhum curariam: minha alma, aceitando e abraçando quem eu era por meio da ferramenta mais forte que podemos ter como sociedade: o amor. Obrigada.

por Mariana Bavaresco. 

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