Nossa terreira tem três alicerces que regem nossos
trabalhos: a umbanda, a quimbanda (povo de almas e ciganos) e a nação (orixás).
Cada lado tem seu fundamento específico, mas interligados
pela energia e principalmente pela missão, que é a de ajudar a todos que
necessitam.
Na umbanda usamos ervas, perfumes, fogo, passes, etc. No
nosso fundamento, não usamos sangue em hipóteses alguma. Neste lado, temos o
grupo da saúde, que trabalhamos juntos com médiuns espíritas e a caridade é a
principal característica. As imagens do médium recebem ervas e entram em
sintonia com o médium.
O médium evolui durante sete anos, somente com cruzamentos e
obrigações usando ervas.
Muitos assistidos preferem este lado, por não envolver
sangue e por ser de uma linha menos impactante para quem não conhece ou tem
medo dos rituais envolvendo animais.
Já na Quimbanda, lidamos com problemas mais densos. Os casos
que vem para este lado são mais complicados e o médium durante seus anos de
evolução utiliza ou não sangue nas suas imagens e em seus rituais.
Mas é importante ressaltar que animais só são usados em
situações complicadas, principalmente, em casos envolvendo doenças, onde o
animal é tratado com respeito. Na nossa terreira é cortado para os exus e
pombas giras em duas ocasiões: novembro e agosto. Mas sempre com orientação do
guardião de exú da casa: o Tiriri.
Temos alguns médiuns, que por orientação do sua entidade, a
entidade da quimbanda se apronta e só usa ervas.
Na nação o uso de animais é mais comum, pois os orixás são
pura energia, e o cavalo de santo necessita desta energia para evolução e para
a realização destes rituais, que exigem uma forte energia.
De qualquer forma, a nossa terreira, tem espaços para todos
que querem cumprir sua missão, dando oportunidade para quem utiliza os animais
e tendo momentos para aqueles que não se sentem bem com estes rituais.
Tendo respeito e compreendendo a energia que envolve estas
situações, tudo corre tranquilamente. O uso da palavra “pena” quando falamos de
animais, demonstra que a pessoa desconhece o fundamento e a missão que temos a
cumprir.
Para salvar uma criança que vai nascer, que foi
desacreditada pelos médicos, usamos todos os recursos possíveis. Se um
assistido vier por causa de uma doença grave, também usaremos todos os recursos
possíveis. Todo tratamento vai passando por estes três alicerces.
É claro que no início tentamos ajudar com a Umbanda e só em
último caso, a Quimbanda ou nação, que utilizam animais. Mas o importante é
ajudar quem necessita e sem mitos envolvendo animais e verdades sem fundamento,
por desconhecimento do que fazemos.
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