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terça-feira, 25 de abril de 2017

Tipos de Médiuns na Terreira

Dentro da maioria das terreiras existem três tipos de médiuns. O primeiro grupo são aqueles que gostam de chegar em cima do horário.
São os que chegam por último e os primeiros a irem embora. Fazem, com muito sacrifício,  o que lhe pedem e não têm iniciativa para nada.
Geralmente reclamam da vida, mas pouco fazem para modificar sua triste e obscura realidade.

O Segundo grupo, é composto por pessoas que fazem pouco, mas por trás destas ações, existe somente interesse. Vem cedo, quando convém!
Se precisam de alguma coisa, sempre dão jeito de chegarem cedo e muitas vezes, se confundem com o primeiro grupo.



Tem fé e acreditam somente quando estão ganhando, mas na primeira dificuldade, esquecem tudo que alcançaram e se tornam rapidamente descrentes da religião.
São os primeiros a questionar, mas os últimos a agir.

Estes dois grupos, geralmente são chamados de "sobrinhos" e provocam na terreira, um enorme desgaste de energia. Estão sempre magoados com alguma coisa e não enxergam seus erros. O retorno é mínimo ou nenhum. Não duram muito tempo e as vezes se confundem com os seus próprios obsessores.

Finalmente, chegamos no terceiro grupo. São sempre em menor número que os dois primeiros grupos e fazem tudo com carinho e respeito.
Não fazem nada querendo algo em troca!
fazem por que amam a religião e buscam o crescimento espiritual. Realizam todas as tarefas, sem que lhe mandem e são os primeiros a chegar e os últimos a sair. Recebem críticas dos dois primeiros grupos, mas continuam na caminhada, sem perder o foco, pois não estão na casa pelas pessoas, mas sim pela sua fé na religião.

Certamente, a experiência nos mostra que, mesmo sem estarem lá para ganhar, acabam por serem assim, tendo um enorme sucesso. Tudo por estarem sempre acreditando e pela postura dentro da terreira. As conquistas vem ao natural, pois encontraram na terreira um local de transformação.

Realizam na energia da Umbanda, da Quimbanda e da Nação a sua reforma íntima e, em consequência, colhem bons frutos. A qual grupo você pertence?

Pai Tito de Xangô

sábado, 15 de abril de 2017

Mediunidade na Quimbanda

Muitos mitos se criaram quando o assunto é mediunidade!
Outros por desconhecimento, acreditam que mediunidade é uma doença ou uma cruz que alguns carregam. Hoje, sabemos que todos no mundo nascem com mediunidade, mas poucos a desenvolvem.
Existem pessoas que a mediunidade aflora quando passam por alguma situação em que esta energia se faz necessária para ajudar alguém ou a si próprio.
De qualquer forma, a mediunidade não tem idade e é um assunto que deve ser levado muito a sério por todos que um dia tiverem de resolver alguma situação envolvendo esta energia.
É muito comum recebermos crianças, de diversas idades, que conversam com mortos, que veem entidades e até mesmo já incorporaram em suas residências, escolas, etc.

Exú Tiriri nunca perdeu uma criança doente ou com gravidez de rsico em nove anos de casa aberta!  Mediunidade de Cura. 

Nestes últimos anos nossa terreira vem ajudando muitas crianças que de maneira precoce recebem entidades ou que sentem a presença de parentes mortos. Isso assusta as famílias e as crianças adoecem em função da presença desta energia, sem doutrina, que aparece geralmente em pesadelos.

Mas a mediunidade é só quando alguém incorpora?
Não! existem pessoas que conversam com as entidades e nunca incorporaram! Eu fui iniciado na religião por uma senhora que me colocava na frente do Conga e durante o passe ia dizendo tudo da minha vida!

Ela dizia que recebia estas informações de suas entidades. Outros só conseguem ajudar as pessoas quando está incorporado. A mediunidade é algo que não possui regras, ela simplesmente acontece.

Mãos suadas e dor de cabeça quando se entra numa casa de religião são sintomas bem comuns de mediunidade, Tem pessoas que quando estão atravessando alguma situação difícil, tem a sensação de fogo em suas mãos, recebem vibrações na cabeça, onde percebemos a atuação de entidades que querem ajudar!

Contudo, aqueles que não tem esta mediunidade evoluída podem recebem espíritos que vem com a missão de atrapalhar, sugar e até mesmo confundir a pessoa que tem este dom mais sensitivo.
Isso é um perigo e todo cuidado é pouco.

Há casas que acreditam que dando cigarros, bebidas ou outras exigências, a mediunidade será controlada. É comum vermos médiuns antigos se perderem em sua caminhada, quando acham que beber sem limite não vai atrapalhar a mediunidade. Tudo deve ser dosado e feito com equilíbrio. Lembre-se que estamos sempre numa dualidade, entre e o bem e o mal. Qual iremos alimentar nesta caminhada?

Realmente, a mediunidade não tem regras e não se pode esperar que todos tenham uma sequência, como a de uma receita de bolo, onde tudo é programado e sem nada que seja inesperado.
Pelo contrário, tudo acontece e se modifica. Nada é estável e todo controle deve ser tomado, principalmente na questão envolvendo a humildade.

Há de tudo um pouco! Médiuns que são inconscientes, outros semi-conscientes e também aqueles que são totalmente conscientes. E cada um tem seu valor e sua veracidade.

O controle das ações, certamente vão ajudar quando a mediunidade está sendo trabalhada nas sessões. Desde que acorda, levanta, vai trabalhar, passa suas tardes, vai estar ligado diretamente na ação do médium que irá trabalhar a noite. Se passou por um dia ruim, poderá atrair energias ruins e por consequência, poderá atrapalhar na sua incorporação à noite.

Contudo, existem outros médiuns que isso não fará a mínima diferença.
Uns não comem carne, não bebem, não fazem sexo. Outros, isso não tem a mínima importância.

Portanto, a conclusão é que tentem sempre conhecer a sua mediunidade, respeitando limites e nunca tentem imitar outros médiuns. seja você mesmo, sem inventar e com humildade, desenvolva seu dom, ajudando as pessoas e a si mesmo.

Salve.

A Entrada na Quimbanda, Umbanda e na Nação

A Terreira onde sou Guia Espiritual existe faz alguns anos e já perdi o número de pessoas que vieram na busca de uma caminhada espiritual.
A todos que desejavam ser médiuns, eu sempre inicio perguntando: "qual o motivo desta decisão?"
Ou seja, é importante verificar o que está levando esta pessoa a tomar esta decisão. Para não perdermos tempo com pessoas que estão entrando sem saber o porque.

As respostas são sempre as mesmas. Uns entram pelo embalo, buscando melhorar de vida, já que nossa religião tem este mito, de que entrando subiriam de vida, com sucesso, prosperidade, etc. Outros, acreditam que trabalhando espiritualmente na religião, irão superar suas dificuldades pessoais, profissionais, etc. Vem pelo interesse e se frustam, pois não é assim que isso funciona.

A cada ano, o número de pessoas que vem buscando a terreira pelo amor vem diminuindo. Pessoas que não querem nada em troca é cada vez mais raro. Poucos vem buscar uma evolução espiritual. E no final de tudo, vemos que este grupo acaba atingindo o sucesso e a prosperidade de maneira bem mais fácil.

Será que isso ocorre porque estas pessoas vem de coração e não por interesse?

Faz um tempo que venho dificultando a entrada de pessoas na corrente, em função do que citei acima. Pela experiência, vejo que alguns se entusiasmam ou se motivam em entrar na corrente em busca de soluções fáceis e saem rapidamente, pois percebem que não existe mágica. Existe trabalho, mas isso eles não querem.



Tenho filhos antigos que estão do meu lado desde o início e sem dúvida cresceram por terem mudado com a ajuda da religião e não por esperar milagres ou pelas entidades. As entidades nos dão o suporte, mas nós é que devemos correr atrás.

A religião ajuda na mudança! É mais fácil realizarmos nossa reforma íntima com a presença das entidades e dos orixás. E isso nos auxilia a nos tornarmos pessoas melhores, abandonando vícios, más atitudes e assim, modificamos nossa realidade,
E isso não é fácil. Assumirmos nossas falhas e trabalharmos para superar tudo que nos atrapalha sempre é mais difícil.

Todos querem que isso ocorra sem trabalho, sem compromisso, sem nada!

As entidades e os orixás nos ajudam a perceber que o principal motivo de não irmos a frente somos nós mesmos. A Religião nos fortalece e as vitórias e o sucesso não caem do céu. São conquistadas.

Podemos concluir que a Religião nos ajuda a superar limites e romper barreiras. Mas ela não faz milagres. Ela nos dá um caminho. Ela é uma meio para atingir um determinado fim ou objetivo. Com ela tudo parece mais fácil, desde que tenhamos entendido que é necessário ter fé, trabalho, compromisso e dedicação para se ter sucesso.
Ou seja, as conquistas dependem de nossas escolhas.

Kao.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

A sexta Feira Santa para os Umbandistas


De todos os dias do ano, este é o que mais recebo perguntas e questionamentos!
Decidi responder somente agora, para não influenciar na sexta feira santa de cada um. Acredito no livre arbítrio!
Antes de qualquer discurso, é importante lembrar que sou umbandista, não sou católico! Respeito os católicos, mas nem por isso devo seguir o que acreditam! Até porque não acredito em nada do que pregam!
E não levem isso como desrespeito, pelo contrário, reafirma minha fé nas entidades e nos orixás. Caso contrário, estaria na Igreja!
E como Umbandista tanto faz comer peixe ou carne!
Contudo, não deixem que pessoas te critiquem por não seguir esta tradição! A maioria delas tem uma vida recheada de pecados e erros e não tem moral para vir querer te dizer o que deve comer ou não neste dia.



Lembre-se que o mal não é o que entra da boca do ser humano, mas o que sai dela. Tem gente que passa sexta feira santa bebendo vinho e comendo peixe e após este dia, é melhor nem analisarmos sua vida pessoal.
Nos criticam por não seguirmos esta tradição, mas esquecem que o mundo não é feito de católicos! Somos Umbandistas e acreditamos em Cristo. Mas o mais importante é viver no amor, e não enchendo o saco se come peixe ou não!
Tem terreiras que vivem a quaresma, não atendendo as pessoas! Inseriram a cultura católica em seus ritos e crenças!
Faz nove anos que Xangô veio e disse que não iríamos fazer nada da cultura dos católicos. Sábia decisão!
Respeitamos os católicos, mas cada um no seu quadrado. Uma filha da casa veio com um discurso, que beira a ignorância, que era um absurdo não fecharmos a terreira durante este período.
Bom, quando seu neto ficou doente e precisou da terreira, esqueceu a quaresma! O discurso vale até que precise de ajuda!
Pagou pela boca!
Eu deveria ter dito a ela para procurar uma igreja católica, já que acreditava nestes mitos! Mas decidi atende-la e mostrar que temos outra caminhada!
A criança curou e seguiu seu rumo! E tenham a certeza que Cristo estava junto com nossas entidades neste atendimento!
Portanto, respeitem cada religião e sigam sua caminhada sem olhar para os outros. Cada um tem seu livre arbítrio de vivenciar esta data importante do seu jeito.
Não se preocupe com os outros! Viva a morte e a vida de Cristo! Não se prenda a detalhes e lembre-se que ser cristão não é só na sexta feira santa.
Não esqueça, o ano tem ainda 364 dias para viver sob as orientações deste Pai. E antes de vir questionar se como ou não peixe, olhe para seu umbigo e veja se realmente é tão cristão assim!
Kao.

domingo, 9 de abril de 2017

o Certo e o Errado na Umbanda

Durante um bom tempo, quando aprendia a tocar tambor, fui em muitas casas. Cada uma com o seu fundamento e sendo um aprendiz de tamboreiro tive uma visão privilegiada! Imaginava o que era certo ou errado, mas ficava com minhas conclusões só para mim, até porque antes de qualquer coisa o respeito a estas casas estava em primeiro lugar.

Vi de tudo! Entidades que não podiam trabalhar se a médium mulher estava menstruada. Outras, nem podiam entrar ou permanecer nas instalações da terreira e poucas, raras, esta condição não era o mais importante, e o trabalho não era interrompido.
A maneira que cada guia espiritual se organiza depende de vários fatores, dentre eles, o foco dos trabalhos, do objetivo a ser atingido e em muitos casos, da própria índole de quem rege a terreira ou participa dela.

Para alguns, a sessão é uma grande festa, onde não ocorrem passes, outras cobram para que isso aconteça e em outras o atendimento é um momento precioso, pois se pratica a caridade.

Mas poderia citar inúmeras diferenças neste texto, e ainda ficaria a pergunta: "Qual faz certo e qual faz errado?"



As diferenças são gritantes e se os trabalhadores não estivessem de branco, com guias e no ar, os pontos cantados, ficaríamos na dúvida se a Religião do momento é mesmo a Umbanda.

Obvio que tem certas posturas que dependem das pessoas que lá frequentam, mas algumas ações fogem do aceitável!
Entidades mostrando os seios ou propondo beijos na boca ou sexo extrapolam e beiram ao ridículo! Há momentos que falta o bom senso.

Mas, apesar destas extravagâncias ou exageros, quem está certo?

Lembro de uma festa de Iemanjá na praia, onde várias terreiras realizavam sua homenagem a esta mãe. Umas se destacavam pela organização, outras pela estética, outras pela pobreza de espírito. Mas depois de andar  muito, me identifiquei com uma bem simples, postada na beira da praia com um tambor, algumas velas e uma energia de arrepiar.

Como disse antes, foi esta que me identifiquei, mas isso não quer dizer que as outras não eram verdadeiras. Esta é a minha conclusão! Não existe certa ou errada! Existe aquela que esta em harmonia com o que acredita ou que tem os mesmos objetivos buscados.

Hoje, com a maturidade atingida, penso que existe uma maneira de verificar se está ou não no caminho certo. A análise é simples. Basta verificar se há um crescimento pessoal, profissional e espiritual de todos, dentro da casa!

Isso é algo que se nota na hora! É incrível como tem casas que cobram valores exorbitantes para realizar as obrigações dos filhos e mesmo depois de alguns anos de casa aberta, não se verifica nenhuma evolução. Os filhos continuam com dificuldades e o guia da casa esta na mesma caminhada de frustrações e pobreza.

Contudo, existem outras, que cobram o justo e crescem e evoluem acima do esperado.
Então existe uma maneira de ver quem está certo e quem está errado?
De certa forma, sim!

Olhar para trás e ver seus filhos mais velhos, que chegaram sem  nada, hoje com fartura e evolução, tanto na vida pessoal, profissional e principalmente espiritual, nos faz concluir que o fundamento é adequado e certo.

Respeito posições diferentes, mas o lugar que acredito ser bom é aquele que me faz mudar para melhor em todos sentidos.

Pai Tito de Xangô.