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domingo, 9 de abril de 2017

o Certo e o Errado na Umbanda

Durante um bom tempo, quando aprendia a tocar tambor, fui em muitas casas. Cada uma com o seu fundamento e sendo um aprendiz de tamboreiro tive uma visão privilegiada! Imaginava o que era certo ou errado, mas ficava com minhas conclusões só para mim, até porque antes de qualquer coisa o respeito a estas casas estava em primeiro lugar.

Vi de tudo! Entidades que não podiam trabalhar se a médium mulher estava menstruada. Outras, nem podiam entrar ou permanecer nas instalações da terreira e poucas, raras, esta condição não era o mais importante, e o trabalho não era interrompido.
A maneira que cada guia espiritual se organiza depende de vários fatores, dentre eles, o foco dos trabalhos, do objetivo a ser atingido e em muitos casos, da própria índole de quem rege a terreira ou participa dela.

Para alguns, a sessão é uma grande festa, onde não ocorrem passes, outras cobram para que isso aconteça e em outras o atendimento é um momento precioso, pois se pratica a caridade.

Mas poderia citar inúmeras diferenças neste texto, e ainda ficaria a pergunta: "Qual faz certo e qual faz errado?"



As diferenças são gritantes e se os trabalhadores não estivessem de branco, com guias e no ar, os pontos cantados, ficaríamos na dúvida se a Religião do momento é mesmo a Umbanda.

Obvio que tem certas posturas que dependem das pessoas que lá frequentam, mas algumas ações fogem do aceitável!
Entidades mostrando os seios ou propondo beijos na boca ou sexo extrapolam e beiram ao ridículo! Há momentos que falta o bom senso.

Mas, apesar destas extravagâncias ou exageros, quem está certo?

Lembro de uma festa de Iemanjá na praia, onde várias terreiras realizavam sua homenagem a esta mãe. Umas se destacavam pela organização, outras pela estética, outras pela pobreza de espírito. Mas depois de andar  muito, me identifiquei com uma bem simples, postada na beira da praia com um tambor, algumas velas e uma energia de arrepiar.

Como disse antes, foi esta que me identifiquei, mas isso não quer dizer que as outras não eram verdadeiras. Esta é a minha conclusão! Não existe certa ou errada! Existe aquela que esta em harmonia com o que acredita ou que tem os mesmos objetivos buscados.

Hoje, com a maturidade atingida, penso que existe uma maneira de verificar se está ou não no caminho certo. A análise é simples. Basta verificar se há um crescimento pessoal, profissional e espiritual de todos, dentro da casa!

Isso é algo que se nota na hora! É incrível como tem casas que cobram valores exorbitantes para realizar as obrigações dos filhos e mesmo depois de alguns anos de casa aberta, não se verifica nenhuma evolução. Os filhos continuam com dificuldades e o guia da casa esta na mesma caminhada de frustrações e pobreza.

Contudo, existem outras, que cobram o justo e crescem e evoluem acima do esperado.
Então existe uma maneira de ver quem está certo e quem está errado?
De certa forma, sim!

Olhar para trás e ver seus filhos mais velhos, que chegaram sem  nada, hoje com fartura e evolução, tanto na vida pessoal, profissional e principalmente espiritual, nos faz concluir que o fundamento é adequado e certo.

Respeito posições diferentes, mas o lugar que acredito ser bom é aquele que me faz mudar para melhor em todos sentidos.

Pai Tito de Xangô.

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